terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Vida após a morte

Eu não tinha percebido que morri em 2001. Descobri isso quando percebi que não conseguia mais interagir com as pessoas que faziam parte da minha vida e era por elas ignorada. Aí um dia, assisti a um filme e entendi tudo: eu estava igualzinha a um velho ator, aliás seu personagem, falando com mortos.
Então, tentei me acostumar a vida após a morte: não foi fácil viver sempre invisível e ser enxotadas pelos espíritos guardiões dos locais em que tentava ir para me divertir. Mas, encontrei outras almas penadas por aqui e passamos a compartilhar nosso infortúnio de maneira muito alegre e divertida, só que elas iam a locais que meu espírito singelo não alcançava.
Aí recebi uma enorme contribuição na forma de um box de DVD: Dead like me!
O duro é que eu não era uma reaper, nem tinha um grupo ao qual pertencer, continuei solta neste gêlo ansiando pelo mar, praia...
Mas vocês querem saber do que morri, não é?
Falência múltipla de vantagens e recursos.
Explico:
Enquanto todos precisavam de carona, hospedagem, contribui$$ão, e eu tinha como gastar com uma série de coisas obsoletas hoje como cópias, correio, fita, cd, livro, etc... e estava próxima a MTV, eu era badaladíssima e mimada. Um dia, meu chão foi tirado debaixo dos meus pés por ameaça de servir de queima de arquivo e a necessidade de mudar de local. Na mudança foi que morri e esqueci de deitar eternamente em berço explêndido. Uma morte sem funerais torna impossível ao espírito compreender sua condição e hoje não existe mais nem o Chico Xavier, e o Gasparetto é muito ocupado, com tanta coisa mais importante para ajudar coletivamente os encarnados.
Cessadas estas condições, foi que mudei de condição.
Tentei fazer outra vida aqui no umbral, mas caí num limbo onde mulher não entra e estou aqui como o exército de uma mulher só.
Agora estou mais adaptada e os budistas tem em ajudado enquanto não volto definitivamente ao pó.
Finished fo Today.

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